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Nunca se cansa de nos amar


Muitas vezes ouvimos que Dom Bosco repetia aos seus jovens: "Confiai tudo a Maria Auxiliadora e vereis o que são milagres". Pode ser que essa frase esteja um pouco desgastada e perdendo a sua força original. Talvez isso estivesse acontecendo comigo. Mas Ela mesma me lembrou o quão perto Ela está de mim. O amor a Maria se traduz imediatamente em um amor pleno por Jesus: o cristão autêntico é mariano e vice e versa. O fim não é Ela, é Cristo, seu filho. Que humildade! Mas ainda hoje nos mostra, como mostrava a Dom Bosco e a tantos outros, que o seu amor por Jesus se traduz em amor por nós. Ela intercede continuamente por seus filhos, vê-os com amor, ouve-os com paciência e ajuda-os nos momentos de perigo. Não foi à toa que Dom Bosco destacou a invocação da "Auxíliadora" com seus meninos, e em uma oração diz com segurança que Ela é "terrível como um exército em ordem de batalha". Quanto amor é traduzido em força e proteção! E, infelizmente, a gente tem um amor superficial, muitas vezes. Mas, apesar disso, Ela nos ama plenamente porque ama Jesus, e Jesus a ama plenamente porque Ela nos ama. Alguns podem pensar que amar demais a Maria prejudica nosso amor por Jesus... mas o oposto é que é verdade! Nós a amamos porque Jesus a ama, e quem pode amar mais do que Jesus? Nestes dias experimentei este grande amor que Maria tem pelos seus filhos. No CEDES Dom Bosco, na Costa Rica, costuma-se levar os jovens para um retiro anual fora do instituto, como acontece na maioria das nossas casas. Na última sexta-feira, dia 12 de maio, estávamos viajando com um grupo de crianças em idade escolar e infelizmente tivemos um acidente: o ônibus não conseguiu parar em uma ladeira e, para evitar maiores danos, o motorista decidiu virar para entrar no acostamento, causando o capotamento do ônibus. Quando, dentro do ônibus, percebemos que o motorista não conseguia frear, só uma coisa nos veio à mente: "Maria Auxiliadora!" e pensei em cada uma das crianças que estavam atrás. Agarrei-me, como pude, a um cano na frente do assento e o resto aconteceu em segundos. Eu estava pendurado em um assento, com um tubo na cabeça, o polegar para trás e um leve corte no braço. Pensei nos meninos. Eu rapidamente me acomodei e me certifiquei de que os professores perto de mim estavam bem. Eles se levantaram e juntos começamos a perguntar se todos estavam bem. E eles estavam. Todos os alunos começaram a se levantar, a ajudar uns aos outros, a tirar os cacos de vidro. Imediatamente, alguns pedreiros que por acaso estavam perto do local vieram nos ajudar e começamos a sair pelo teto do ônibus. Então começou todo o fluxo de ambulâncias, policiais e entrevistas. Sem golpes fortes, sem fraturas, todos estavam bem - com pequenos solavancos e choro, mas bem. No meio da correria para atender os mais atingidos, vi o ônibus de novo: estava ali de cabeça para baixo... por que capotou assim? E então eu vi as crianças: quase quarenta, sem nada sério para se preocupar... Como saímos vivos? Eu só pude segurar as lágrimas e dizer em meu coração: "Obrigado Maria! Você cuidou de nós." Fizemos o que era necessário, fomos ao hospital e esperamos que todos os alunos fossem para casa. As outras crianças, acompanhadas de outras professoras, foram para o instituto, foram devidamente atendidas e aos poucos começaram a ir para casa. Foi um dia pesado e perturbador. Em casa, com alguns curativos e remédios, fui até a capela e comecei a chorar. Pensei em todas as coisas que poderiam ter acontecido e como aquela viagem poderia ter se tornado uma grande tragédia. A conclusão que eu sempre chegava após cada hipótese era: um milagre! Nós estamos todos bem! Foi um milagre de Nossa Senhora! Olhei para os meus ferimentos e vi os sinais do amor de Deus, do amor de Maria. Cada cicatriz de agora em diante me lembrará daquele lindo dia em que a nossa Mãe do Céu nos protegeu e pediu a Deus para nos dar mais uma chance. A pergunta e o desafio agora é: por que Ele nos deu outra chance? A resposta está com cada um de nós que estava naquela viagem. Olhando para o contexto deste incidente, não há dúvida de que tudo decorreu num ambiente puramente mariano: no mês de maio, em vésperas da celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, quase no início da novena a Maria Auxiliadora... tudo apontava para isto: Maria é o nosso auxílio! Assim, na segunda-feira seguinte, com todos os alunos, rezei a Ave Maria com uma devoção como raramente tinha feito antes: vi os rostos daqueles que estavam naquele ônibus e pedi a Maria que continuasse a guiá-los em suas vidas, para ajudá-los a compreender que Jesus os ama infinitamente.


Brandon Figueroa, sdb

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